segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Lenda do Lobisomem


A lenda do lobisomem tem, provavelmente, origem na Europa do século XVI, embora traços desta lenda apareçam em alguns mitos da Grécia Antiga. Do continente europeu, espalhou-se por várias regiões do mundo. Chegou ao Brasil através dos portugueses que colonizaram nosso país, a partir do século XVI. Este personagem possui um corpo misturando traços de ser humano e lobo.

De acordo com a lenda, um homem foi mordido por um lobo em noite de lua cheia. A partir deste momento, passou a transforma-se em lobisomem em todas as noites em que a Lua apresenta-se nesta fase. Caso o lobisomem morda outra pessoa, a vítima passará pelo mesmo feitiço.

* A lenda no Brasil

No Brasil (principalmente no sertão), a lenda ganhou várias versões. Em alguns locais dizem que o sétimo filho homem de uma sucessão de filhos do mesmo sexo, pode transforma-se em lobisomem. Em outras regiões dizem que se uma mãe tiver seis filhas mulheres e o sétimo for homem, este se transformará em lobisomem. Existem também versões que falam que, se um filho não for batizado poderá se transformar em lobisomem na fase adulta.

Conta a lenda que a transformação ocorre em noite de Lua cheia em uma encruzilhada. O monstro passa a atacar animais e pessoas para se alimentar de sangue. Volta a forma humana somente com o raiar do Sol.

* Curiosidade:

- De acordo com a lenda, um lobisomem só morre se for atingido por uma bala ou outro objeto feito de prata.


* O Banquete de Licáon

Logo que os deuses ganharam a guerra com os Titãs, começaram os problemas para as pessoas da Terra. Alguns dizem que os primeiros seres humanos foram criados por Prometeu, e que essa é a razão de serem tão desrespeitosos para com os deuses.

Na parte norte da Grécia, na Arcádia, o tirano Licáon recusou-se a adorar os deuses e troçou das pessoas por acreditarem neles. Zeus disfarçou-se de mortal e viajou até à Arcádia para descobrir por si até que ponto Licáon podia ser mau.

Quando o rei dos deuses contou aos camponeses e ao povo das cidades que não era um homem mortal mas um deus, eles acreditaram nele e começaram a adorá-lo como ele merecia. Mas Licáon não tinha ouvido o viajante e começou a troçar da credulidade do povo, tendo mesmo chegado a afirmar que iria testar esse charlatão com um teste que não podia falhar.

“Todos sabem que os deuses são imortais” – declarou Licáon. “Só tenho de matar este tipo e todos vocês verão como foram parvos.”

Isto foi dito, evidentemente, sem que Zeus pudesse ouvir, pois planejava penetrar no seu quarto de hospede durante a noite, apanhá-lo de surpresa e apunhalá-lo até à morte.
Esta não era a parte pior do seu plano, já que ele queria que o seu hóspede poluísse a boca e o estomago comendo alimentos proibidos, e o próprio Licáon pretendia festejar com a mesma comida, mergulhar no mal, encenando o mais aberrante dos atos desafiando os deuses.

Ele tinha um preso nas suas masmorras, um refém cuja vida devia ter sido dedicada a ele, mas Licáon não tinha preocupações com o tratamento devido aos reféns. Em vez disso, abriu-lhe a garganta e retalhou o seu corpo, usando umas partes para assar e outras foram cortadas para guisar.

Licáon cozinhou a refeição com as próprias mãos e colocou os pratos na mesa com pão acabado de cozer e vinho. Alguns dizem que Licáon matou um bebê e o serviu ao hóspede, em algumas narrativas diz-se que o bêbe era o seu próprio filho.

Zeus, indignado, repeliu de imediato a carne para longe da mesa e arremessou o seu raio contra as paredes do palácio. Caíram os tetos, tombaram as paredes, e o palácio foi devorado pelas chamas. Licáon foi suficientemente rápido para escapar ao fogo, mas a vingança de Zeus prosseguiu enquanto ele fugia pelos campos.

Enquanto corria, tentava gritar por socorro, mas em vez de saírem palavras humanas, começou a rosnar e a uivar. As suas roupas rasgaram-se e caíram-lhe do corpo ao mesmo tempo que este mudava de forma. Ele já não conseguia correr como um homem e viu-se a deslocar-se a quatro patas, com os braços transformados em patas finas, brotando da sua pele pêlos fortes, as orelhas prolongando-se num focinho. Zeus tinha transformado Licáon num lobo.

Contudo, mesmo como lobo, ele continuava a ser o mesmo Licáon sedento de sangue. Continuou a atacar as ovelhas e as cabras da Arcádia, a sua boca babando e os seus olhos iluminados pelo desejo de matar.



2 comentários: