quinta-feira, 17 de junho de 2010

LENDA DO ECLIPSE


Por Aline Santos
Antes da criação do mundo quando o Sol e a Lua se encontraram pela primeira vez eles se apaixonaram perdidamente e a partir daí começaram a viver um grande amor.

No dia em que Deus resolveu criar o mundo, dando um toque final... o brilho!
Ficou decidido que o Sol iluminaria o dia e que a Lua iluminaria a noite, portanto seriam obrigados a viver separados.
Abateu-se sobre eles uma grande tristeza quando tomaram conhecimento de que nunca mais se encontrariam, nem se amariam.
A Lua foi ficando cada vez mais triste e amargurada, e mesmo com brilho que Deus havia lhe concedido, ela foi se tornando cada vez mais triste e solitária.
O Sol por sua vez ganhou um título de nobreza “Astro Rei”, mas isso também não o fez feliz, pois ele sentia falta da Lua, sentia falta de seu amor, de seu carinho, de sua companhia.
Deus então chamou-os e explicou-lhes:
Vocês não devem ficar tristes, ambos possuem um brilho próprio.
"Tu Lua, iluminarás as noites frias e quentes, encantarás os enamorados e serás diversas vezes motivo de cantos e poesias".
"Quanto a ti Sol, sustentarás este título porque serás o mais importante dos astros, iluminarás a terra durante o dia, fornecerás calor para os seres humanos e a sua simples presença fará as pessoas mais saudáveis e felizes..."
A Lua entristeceu-se muito com seu terrível destino e chorou dias e dias a fio...
Já o Sol ao vê-la sofrer tanto, decidiu que não poderia deixar-se abater, pois teria que dar-lhe forças e ajudá-la a aceitar o que havia sido decidido por Deus.
No entanto sua preocupação era tão grande que resolveu fazer um pedido a Ele:
Senhor, ajude a Lua por favor, ela é mais frágil do que eu, e não suportará tanta solidão...
E Deus, em sua infinita bondade e sabedoria, reconhecendo o imenso amor do Sol pela Lua, criou as estrelas para fazerem companhia a ela.
A Lua sempre que está muito triste recorre as estrelas para alegra-la, e estas fazem de tudo para consolá-la, mas quase sempre não o conseguem.
Hoje o Sol e a Lua vivem assim... separados na imensidão do espaço, o Sol finge que é feliz, iluminando os céus, mas as vezes em dias nublados se esconde atrás das nuvens para chorar, a Lua não consegue esconder sua tristeza e melancolia.
O Sol ainda arde de paixão pela Lua e ela ainda vive na escuridão da saudade.
Dizem que a ordem de Deus era que a Lua vivesse sempre cheia e luminosa, mas ela não consegue isso... porque ela é mulher, e uma mulher tem suas fases.
Quando feliz consegue ser cheia, luminosa e brilhar nos céus, mas quando infeliz é minguante, e quando minguante nem sequer é possível ver o seu brilho.
Lua e Sol seguem seu destino pré-determinado, ele solitário e aparentemente forte e determinado, ela acompanhada das estrelas e aparentemente fraca e submissa.
Os humanos tentam a todo instante conquistá-la, como se isso fosse possível...
Vez por outra alguns deles vão até ela, mas sempre voltam sozinhos, nenhum deles jamais conseguiu traze-la até a terra, nenhum deles realmente conseguiu conquistá-la, por mais que achem que sim.
Porém, Deus decidiu que nenhum amor nesse mundo seria de todo impossível, nem mesmo o da Lua e do Sol... e foi aí então que ele criou o eclipse.
Hoje , Sol e Lua vivem da espera desse instante, desses raros momentos de amor que lhes foram concedidos e que custam tanto a acontecer.
Quando você olhar para o céu a partir de agora e ver o que o Sol encobriu a Lua , saiba que é porque eles começaram a se amar, e é a este ato de amor que se deu o nome de eclipse.
É importante lembrar que o brilho do êxtase deles é tão grande que aconselha-se aos humanos não olhar para o céu neste momento, pois seus olhos podem cegar ao ver tanto amor.

Na terra também existe Sol e Lua...e portanto existe eclipse... mas esta já é outra história.........

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ishtar


Ishtar é a deusa dos acádios, herança dos antecessores sumérios, cognata da deusa Asterote dos filisteus, de Isis dos egípcios, Inanna dos sumérios e da Astarte dos gregos. Mais tarde esta deusa foi assumida também na Mitologia Nórdica como Easter - a deusa da fertilidade e da primavera.

É irmã gêmea de Shamash e filha do importante deus Lua - Sin, e é representada pelo planeta Vênus.

Considerados uma das maravilhas do mundo, os Portões de Ishtar, na Babilônia, foram transportados para um museu na Europa - Museu de Berlim. Uma réplica encontra-se no Iraque.

Rituais

Todo o culto aos deuses é feito por rituais. Ishtar tinha alguns rituais de caráter sexual, uma vez que era a deusa da fertilidade, outros rituais tinham a ver com libações e outras ofertas corporais.

Um ritual importante ocorria no equinócio da primavera, onde os participantes pintavam e decoravam ovos (símbolo da fertilidade) e os escondiam e enterravam em tocas nos campos. Um resquício por trás desse antigo ritual talvez seja o dos ovos de Páscoa, embora não exista uma prova concreta associando os dois rituais. De qualquer forma, em muitas culturas o ovo é considerado um símbolo de fertilidade.

Inanna

Inanna era a deusa (dingir) do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade, entre os antigos Sumérios, sendo associada ao planeta Vênus. Era especialmente cultuada em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades sumérias.

Surge em praticamente todos os mitos, sobretudo pelo seu caráter de deusa do amor (embora seja sempre referida como a virgem Inanna); por exemplo, como a deusa se tivesse apaixonado pelo jovem Dumuzi, tendo este morrido, a deusa desceu aos Infernos para o resgatar dos mortos, para que este pudesse dar vida à humanidade, agora transformado em deus da agricultura e da vegetação.

É cognata das deusas semitas da Mesopotâmia (Ishtar) e de Canaã (Asterote e Anat), tanto em termos de mitologia como de significado.

O dia 2 de Janeiro é tradicionalmente consagrado a esta deusa.

Ereshkigal

Ereshkigal era uma das grandes divindades sumérias, filha de Anu o antigo senhor do Céu e Nammu, a senhora dos oceanos e irmã gêmea de Enki. O seu nome significa "Senhora da Grande Habitação Inferior" ou ainda "Senhora dos Vastos Caminhos", tal nome indica que é a rainha do inferno, pois "vastos caminhos" tanto como "terras vastas" eram eufemismos para se falar do Inferno, terra cujos caminhos são infindáveis e sem rumo certo. Assim, Ereshkigal é a rainha de Kur-Nu-Gia "A Terra do Não Retorno".

Apesar de ser a rainha do inferno e governante dos demônios e dos deuses obscuros, Ereshkigal é uma dos grandes deuses Anunnaki, a quem Anu delegou o dever de ser a juíza das almas dos mortos. Ela é quem julga os casos dos homens e mesmo dos deuses, mesmo depois de já julgados pelo grande conselho dos 12 deuses, como aconteceu com Enlil, quando do seu crime de violentar a jovem deusa Ninlil.

O motivo pelo qual Ereshkigal se tornou rainha do Inferno é de certo modo obscuro, alguns unem sua figura a de Ninlil, de modo que, após ter sido violentada, ela morre e então se torna a severa rainha do mundo inferior passando a se chamar então Ereshkigal. Outros textos antigos sugerem que por sua vontade ela abandonou o seio de Namu e partiu para descobrir o destino de Kur e outros irmãos que partiram para além do Mundo das coisas vivas, e lá chegando tornou-se a rainha dos deuses infernais.

Tinha sob seus serviços diversas divindades obscurar, entre elas, Husbishag (sua secretária) e Namtar seu vizir e mensageiro, e deus do Destino e da Sorte.

Ereshkigal tornou-se uma deusa célebre por mitos como o de seu casamento com Nergal e a descida de Ninlil e de sua irmã Inanna ao Inferno para recuperarem seus esposos. Certa vez, ao enviar Namtar como seu representante para ter com Anu e os demais Anunnaki, foi ofendida pelo jovem deus Nergal, que se recusou a reverenciar Namtar em honra dela.

Todos os deuses temeram pelo destino de Nergal, pois Namtar contaria a sua senhora tamanha desfeita. Mas Nergal pouco se importou afirmando que não daria préstimo a uma deusa a quem nunca vira. Porém sua impáfia durou até Enki lhe advertir sobre o tremendo risco que corria, já que os poderes de Ereshkigal eram imensos.

Por conselho de Enki, Nergal desceu ao Inferno para se desculpar e acabou apaixonado pela beleza fulminante de Ereshkigal a quem julgava ser uma velha senil e horrenda.

No caso de Ninlil, anterior a Nergal, a donzela, mesmo ofendida e violentada por Enlil, decide descer ao Inferno para convencer Ereshkigal a devolver sua vida, já que ela no fundo o amava.

Por fim, foi a vez de Inanna (Isthar), de atravessar os nove portais do reino do Inferno e ver a face de Ereshkigal. Inanna, por sua realeza, beleza e nobreza, julgou que poderia enfrentar a irmã e exigir o retorno de Dumuzi, seu esposo.

Mas com mão de ferro, Ereshkigal submeteu Inanna a todos os tipos de dor e humilhação diante de cada portal, nos quais era obrigada a se despir de alguma jóias ou peça de roupa, até que chegou nua e humilhada diante do trono da soberana infernal. Todavia a força do amor de Inanna causou tanto temor em Ereshkigal e ela a impalou lavando-a a morte.

Não fosse pela intercessão de Enki, ao criar da sujeira sob suas unhas o belo mensageiro Asushunamir, para interceder e resgatar Inanna, ela teria ficado morta para sempre. Ele convenceu Ereshkigal a restituir a vida de Dumuzi e Inanna.

Ereshkigal também era chamada de Irkalla.